segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Uma executiva no Céu - Max Gehringer
14:10
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Foi tudo muito rápido. A executiva bem-sucedida sentiu uma pontada no peito, vacilou, cambaleou. Deu um gemido e apagou. Quando voltou a abrir os olhos, viu-se diante de um imenso portal.
Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava a acontecer, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:
− Enfermeiro, eu preciso voltar com urgência para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque o meu convénio médico é classe A, e isto aqui parece-me mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
− No céu.
− No céu?…
− Sim.
− Tipo assim… o céu, CÉU…! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?
− Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando celular), a executiva bem-sucedida demorou um pouco a admitir que tinha mesmo batido as botas.
Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável.
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu:
− Talvez seja melhor conversar com Pedro, o encarregado.
− Sim? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
− Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
− Assim? (…)
− Pois diga?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva tinha feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidamente:
− Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e…
− Executiva… Que palavra estranha. De que século veio?
− Do 21. O distinto vai dizer-me que não conhece o termo executiva?
− Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
− Sabe, meu caro Pedro. Se me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo, só a conversar e a andar à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para fazer um upgrade na produtividade sistêmica.
− É mesmo?
− Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia de processos. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que sabem quem é quem aqui, e quem faz o quê?
− Ah, não sabemos.
− Entendeu o meu ponto de vista? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar numa anarquia. Mas nós dois podemos resolver tudo isso implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
− Que interessante….
− É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
− !!!…???…!!!…???…!!!
− Aí, contrataríamos uma consultora especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do grande accionista… Ele existe, certo?
− Sobre todas as coisas.
− Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, parece-me extremamente atrativo.
− Incrível!
− É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário anual de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar num turnaround radical.
− Impressionante!
− Isso significa que podemos partir para a implementação?
− Não. Significa que terá um futuro brilhante, se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque a senhora acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno.
Ainda meio zonza, atravessou-o e viu uma miríade de pessoas. Todas vestindo cândidos camisolões e caminhando despreocupadas. Sem entender bem o que estava a acontecer, a executiva bem-sucedida abordou um dos passantes:
− Enfermeiro, eu preciso voltar com urgência para o meu escritório, porque tenho um meeting importantíssimo. Aliás, acho que fui trazida para cá por engano, porque o meu convénio médico é classe A, e isto aqui parece-me mais um pronto-socorro. Onde é que nós estamos?
− No céu.
− No céu?…
− Sim.
− Tipo assim… o céu, CÉU…! Aquele com querubins voando e coisas do gênero?
− Certamente. Aqui todos vivemos em estado de gozo permanente.
Apesar das óbvias evidências (nenhuma poluição, todo mundo sorrindo, ninguém usando celular), a executiva bem-sucedida demorou um pouco a admitir que tinha mesmo batido as botas.
Tentou então o plano B: convencer o interlocutor, por meio das infalíveis técnicas avançadas de negociação, de que aquela situação era inaceitável.
Porque, ponderou, dali a uma semana ela iria receber o bônus anual, além de estar fortemente cotada para assumir a posição de presidente do conselho de administração da empresa.
E foi aí que o interlocutor sugeriu:
− Talvez seja melhor conversar com Pedro, o encarregado.
− Sim? E como é que eu marco uma audiência? Ele tem secretária?
− Não, não. Basta estalar os dedos e ele aparece.
− Assim? (…)
− Pois diga?
A executiva bem-sucedida quase desaba da nuvem. À sua frente, imponente, segurando uma chave que mais parecia um martelo, estava o próprio Pedro.
Mas, a executiva tinha feito um curso intensivo de approach para situações inesperadas e reagiu rapidamente:
− Bom dia. Muito prazer. Belas sandálias. Eu sou uma executiva bem-sucedida e…
− Executiva… Que palavra estranha. De que século veio?
− Do 21. O distinto vai dizer-me que não conhece o termo executiva?
− Já ouvi falar. Mas não é do meu tempo.
Foi então que a executiva bem-sucedida teve um insight. A máxima autoridade ali no paraíso aparentava ser um zero à esquerda em modernas técnicas de gestão empresarial. Logo, com seu brilhante currículo tecnocrático, a executiva poderia rapidamente assumir uma posição hierárquica, por assim dizer, celestial ali na organização.
− Sabe, meu caro Pedro. Se me permite, eu gostaria de lhe fazer uma proposta. Basta olhar para esse povo todo, só a conversar e a andar à toa, para perceber que aqui no Paraíso há enormes oportunidades para fazer um upgrade na produtividade sistêmica.
− É mesmo?
− Pode acreditar, porque tenho PHD em reengenharia de processos. Por exemplo, não vejo ninguém usando crachá. Como é que sabem quem é quem aqui, e quem faz o quê?
− Ah, não sabemos.
− Entendeu o meu ponto de vista? Sem controle, há dispersão. E dispersão gera desmotivação. Com o tempo isto aqui vai acabar numa anarquia. Mas nós dois podemos resolver tudo isso implementando um simples programa de targets individuais e avaliação de performance.
− Que interessante….
− É claro que, antes de tudo, precisaríamos de uma hierarquização e um organograma funcional, nada que dinâmicas de grupo e avaliações de perfis psicológicos não consigam resolver.
− !!!…???…!!!…???…!!!
− Aí, contrataríamos uma consultora especializada para nos ajudar a definir as estratégias operacionais e estabeleceríamos algumas metas factíveis de leverage, maximizando, dessa forma, o retorno do investimento do grande accionista… Ele existe, certo?
− Sobre todas as coisas.
− Ótimo. O passo seguinte seria partir para um downsizing progressivo, encontrar sinergias high-tech, redigir manuais de procedimento, definir o marketing mix e investir no desenvolvimento de produtos alternativos de alto valor agregado. O mercado telestérico, por exemplo, parece-me extremamente atrativo.
− Incrível!
− É óbvio que, para conseguir tudo isso, nós dois teremos que nomear um board de altíssimo nível. Com um pacote de remuneração atraente, é claro. Coisa assim de salário anual de seis dígitos e todos os fringe benefits e mordomias de praxe. Porque, agora falando de colega para colega, tenho certeza de que vai concordar comigo, Pedro. O desafio que temos pela frente vai resultar num turnaround radical.
− Impressionante!
− Isso significa que podemos partir para a implementação?
− Não. Significa que terá um futuro brilhante, se for trabalhar com o nosso concorrente. Porque a senhora acaba de descrever, exatamente, como funciona o Inferno.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Validação: curta-metragem!
02:24
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Curta-metragem sobre a importância da validação na construção da auto-estima. Com o excelente T.J. Thyne da série "Ossos".
1ª Parte:
2ª Parte:
1ª Parte:
2ª Parte:
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Amazing Paper-Artwork by Karen Bit Vejles
00:42
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Karen Bit Vejles form of expression, psaligraphy, literally means the art of drawing or painting with scissors. Her magical cuttings in the travelling exhibition Scissors for a Brush, are rooted in a tradition that has known a long journey through history. But she has created a personal style and technique that are entirely her own.
For more than 35 years she has been absorbed, fascinated, and deeply committed to this art form that developed from small, simple snowflakes to unusually large and highly complex image cuttings. She is one of very few in Europe who can cut at such an advanced technical and artistic level. There is a great degree of humour in Karen Bit Vejle’s world of imagery; humour and the ability to identify joy in small things. Just as often, though, she confronts deep seriousness and themes intended to invoke involvement and reflection. Her works are captivating surprise packages. By meeting Karen Bit Vejle’s images of air and paper we can find ourselves both surprised and inspired!
For more infornation about Karen visit her Web site at http://papercutart.no/
Psaligraphy
Psaligraphy - the art of papercutting - requires time. Both when it comes to creation and experience of the work of art. Contrary to almost everything else in the world today, psaligraphy is a slow art. It takes time to master, plan and perform it.
Exhibitions
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Prisão VS Trabalho
15:16
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No caso de teres algumas ideias baralhadas sobre estes dois ambientes,
isto deve ajudar a tornar as coisas um bocadinho mais claras !!!
NA PRISÃO Passas a maior parte do tempo numa cela de 3x3 metros. | NO TRABALHO Passas a maior parte do tempo num cubículo de 2x2 metros |
NA PRISÃO Tens três refeições por dia completamente grátis. NA PRISÃO Tens assistência médica e dental GRÁTIS | NO TRABALHO Tens uma pausa para uma refeição, que tens que pagar. NO TRABALHO Tens um seguro de saúde (que sai do teu salário) e que pode ou NÃO cobrir os tratamentos de que precisas |
NA PRISÃO Reduzem-te o tempo se te portares bem. | NO TRABALHO Dão-te mais trabalho se te portares bem. |
NA PRISÃO O guarda fecha e abre as portas para ti. | NO TRABALHO Muitas vezes tens um cartão de acesso e tens que abrir e fechar as portas tu mesmo. |
NA PRISÃO Podes ver TV e jogar o que quiseres. | NO TRABALHO Podes ser despedido por ver TV e jogar no computador. |
NA PRISÃO Tens uma retrete privativa. | NO TRABALHO Tens que partilhar a casa de banho com estranhos. |
NA PRISÃO Podes fazer sexo NA PRISÃO Autorizam-te a receber a visita da tua família e amigos. | NO TRABALHO És despedido se te apanham com uma mulher. NO TRABALHO Nem sequer admitem que fales com a tua família. |
NA PRISÃO Todas as despesas são pagas pelos contribuintes e não tens que trabalhar. | NO TRABALHO Tens que pagar as despesas para ir para o trabalho e deduzem taxas ao teu salário para pagar os custos das prisões. |
| |
HÁ QUALQUER COISA ERRADA NESTA 'SOCIEDADE'·
Agora volta para o trabalho
Não te pagam para leres.
Pensas que estás NA PRISÃO?
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Toyota ou Toy Yoda?
03:43
1 comment
Hooters Girl Competes In Contest Thinking She'll Win A Toyota, Actually Wins Toy Yoda:
This story is old as hell, but I'd never heard it and it's too good to pass up. So apparently a Florida Hooters waitress competed in a beer-sales competition in which the grand prize was a Toyota, only thing is, it was never spelled, only spoken.
This story is old as hell, but I'd never heard it and it's too good to pass up. So apparently a Florida Hooters waitress competed in a beer-sales competition in which the grand prize was a Toyota, only thing is, it was never spelled, only spoken.
In a funny twist and play on words, Hooters didn't award a Toyota but gave her a ......
A Toy Yoda!
Jodee Berry, the former waitress, is now suing Hooters! Appearantly, she wasn't too amused by the joke!
BWAHAHAHAHAHAHA!! Apparently it was all part of an April Fool's Joke.
BWAHAHAHAHAHAHA!! Apparently it was all part of an April Fool's Joke.
Seriously thought, that's a pretty cruel joke. Especially because she kind of looks like Yoda. That's how feelings get hurt.
UPDATE: Apparently Hooters settled for an undisclosed amount of money that was more than enough to buy a Toyota.