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segunda-feira, 16 de março de 2020

Governo Regional disponibiliza a todos os alunos da RAM Apoio Escolar Online gratuito.

Apoio Escolar Online gratuito para todos os alunos da RAM



O Diretor Regional da Educação Marco Gomes veio até à RTP-Madeira relembrar que todos os alunos madeirenses têm acesso ao AEO - Apoio Escolar Online:



A inscrição na plataforma poderá ser feita aqui: AEO

Conheça um pouco melhor este apoio:

 

quinta-feira, 5 de março de 2020

A Revolta do Leite 1936 na Ilha da Madeira

A Revolta do Leite 1936 - Ilha da Madeira

A Revolta do Leite foi um levantamento popular ocorrido, na Ilha da Madeira, no ano de 1936, como protesto contra um decreto-lei que estabelecia o monopólio na indústria dos lacticínios, através da criação da Junta Nacional dos Lacticínios da Madeira (JNLM). Os focos de revolução tiveram maior incidência nos concelhos de Santana, Funchal, Ribeira Brava e Machico.

Antecedentes Após as sublevações falhadas de 1931, nomeadamente a Revolta da Farinha e a Revolta da Madeira, o clima de crispação social permanece latente na Ilha da Madeira até ao ano de 1934. Seria, novamente, uma medida emanada do executivo liderado por Salazar a fazer ressurgir o clima de descontentamento face à forma como o governo central dirigia a política económica regional. Após a Revolta da Farinha que tencionava impedir o estabelecimento de um regime de monopólio cerealífero na região surge, em 1934, um decreto que visava lograr os mesmos objectivos, desta vez na indústria de produção de cana sacarina. Na prática o novo decreto concedia o monopólio sacarino, da Ilha da Madeira, à fábrica do “Torreão”, pertencente a uma família britânica (os Hinton), proibindo a construção de novos engenhos até 1953. A laboração do açúcar passava a ser propriedade exclusiva desta empresa, estando os restantes engenhos da região proibidos de realizar essa actividade. Ficava nas mãos de uma só família a capacidade de ficar os preços de compra da cana-de-açúcar e aguardente ao mesmo tempo que se proibia a importação de açúcar e aguardente, apesar do seu preço ser inferior aos praticados na Madeira. Estes regimes de monopólios, em diversas áreas industriais, apenas contribuíram para agravar as já parcas condições económicas e sociais em que viviam os habitantes do arquipélago.


Revolta do Leite Insensível às reivindicações insulares anteriores, o governo faz publicar em Diário da República o Decreto-Lei 26.6551 , a 4 de Junho de 1935, criando assim as fundações para o estabelecimento de mais um monopólio, desta vez na indústria dos lacticínios. Nessa época a indústria dos lacticínios era a principal actividade económica da Ilha da Madeira ultrapassando, largamente, em importância e valores, outros sectores de actividade como: o turismo, a produção de vinho, de banana e de açúcar. O sector dos lacticínios tem um impacto directo, muito importante, no rendimento de muitas famílias da região, facto este facilmente comprovado através dos mais de 1100 postos de desnatação espalhados por toda a ilha e que serviam directamente 64 fábricas. O leite que chegava a estes postos de desnatação provinha do gado criado por pequenos criadores . Como a procura de leite, por parte das unidades produtoras, era largamente superior à oferta os preços praticados pelo mercado eram compensadores. O governo central, atento à proliferação destas pequenas unidades industriais, considerava que se tinha atingido uma situação de ruptura. Pretendia, com este documento, integrar o sector no sistema corporativo e modernizar a indústria através da implementação de regras, nomeadamente em termos de higiene, qualidade e cruzamento de espécies, entre outras. As medidas, de cariz “concentraccionista”, decretavam a criação da Junta Nacional dos Lacticínios da Madeira (JNLM) e fixava o número de postos de desnatação em 320, encerrando quase 800 destes postos. As populações rurais, duramente atingidas por estas medidas reguladoras, encaram esta opção como sendo monopolista e visando o favorecimento de algumas unidades industriais. Ficava nas mãos da recém-formada JNLM a capacidade de controlar todo o sector dos lacticínios na Ilha da Madeira. Isto redunda num monopólio dos lacticínios favorecendo um pequeno número de fábricas sendo as mais conhecidas a “Fábrica Burnay” e a “Martins e Rebelo”. As consequências deste monopólio foram devastadoras para os pequenos produtores: redução significativa do valor oferecido pelo leite, encerramento de muitos posto de desnatação e consequente aumento do desemprego. A situação torna-se insustentável e iniciam-se sublevações populares em vários pontos da ilha, principalmente no Faial, Ribeira Brava, Machico e Funchal que resultariam em várias mortes e muitos feridos


Concelho de Santana

Na freguesia do Faial, concelho de Santana, surgem manifestações de desagrado em várias zonas. O padre César Miguel Teixeira da Fonte, pároco do Faial, na homilia de 26 de Junho informa a população da sua paróquia, com a intenção de acalmá-la, da existência de um abaixo assinado dirigido ao Governador Civil Goulart de Medeiros. Distribui também, a pedido da Junta Nacional de Lacticínios da Madeira, um impresso com esclarecimentos sobre a situação.

No dia 29 de Junho a situação deteriora-se neste concelho e os populares revoltados impedem que os carregamentos de manteiga cheguem ao Funchal. O sacerdote, que se encontra ausente do concelho, regressa apressadamente, a pedido do Governador Civil, e tenta convencer a multidão a desistir do motim. A contrapartida seria o regresso ao Funchal dos cerca de 50 agentes da polícia enviados para a freguesia.

De acordo com o que foi afirmado pelo pároco (e escrito no seu relatório de defesa), o chefe da polícia, Avelino Pereira, engana a população afirmando que o sacerdote estava ao serviço da JNLM e pretendia apenas resolver a situação a favor da mesma entidade. Adensa-se a revolta da multidão que se sente traída pelo seu sacerdote.

No dia 31 de Julho cerca de 4.000 camponeses, revoltados e armados com utensílios da lavoura, encaminham-se para S. Roque do Faial e prendem o fiscal da JNLM, prosseguindo para a igreja do Faial com a intenção de expulsar o vigário traidor. O estrago e o número de feridos só não é maior porque o padre César Miguel Teixeira da Fonte, compreendendo e apoiando a vontade dos seus paroquianos, consegue convencê-los da sua isenção.

No dia 1 de Agosto junta-se nas Cruzinhas, concelho de Santana, uma multidão de mais de 5.000 pessoas que, acreditando ainda num retrocesso da JNLM, elegem comissões para dialogar com as autoridades. Tratou-se de um esforço infrutífero uma vez que os objectivos desta comissão não seriam alcançados.


Concelho de Machico

Mas não é só em Santana que se faz sentir o descontentamento popular, os focos de rebelião popular já se haviam espalhado por toda a ilha.

Na cidade de Machico a população descontente reúne-se em frente ao edifício da Câmara Municipal. São ruidosos os protestos dos populares que demonstram o seu desprezo pela situação resultante da criação da JNLM.

A resposta das autoridades não se faz esperar. Polícia e militares carregam violentamente sobre os manifestantes numa tentativa de rapidamente controlar a situação e impedir a sua propagação. Os confrontos resultam em vários ferido e, pelo menos, um popular morto.


Concelho da Ribeira Brava

No Concelho da Ribeira Brava as manifestações, e consequente repressão, atingiram contornos calamitosos. Vários milhares de pessoas revoltosas levam a cabo diversos protestos culminando no assalto à repartição de finanças e ao Registo Civil. A acção popular conduziu à destruição de muitos documentos e a um ruidoso protesto contra a acção da JNLM.

A resposta policial foi lapidar, elementos da tropa e das forças policiais carregam impiedosamente sobre a população. A carga das autoridades resulta em, pelo menos, 10 mortos e um número elevado de feridos.


Funchal

No Funchal os cerca de 320 leiteiros existentes entram em greve. A população funchalense saqueia estabelecimentos comerciais e assalta as fábricas de manteiga em claro protesto contra aqueles que consideram ser os beneficiados do regime de monopólio instalado. As fábricas mais afectadas são a “Martins Rebelo”, a “Leacock” e a “Reis e Freitas”, as suas máquinas e equipamentos são destruídos.



A reacção governamental

A reacção governamental pautou-se pela rapidez de decisão, Salazar envia para a Madeira forças militares apoiadas por dois vasos de guerra, o “Gonçalves Zarco” e o “Bartolomeu Dias”, bem como um destacamento de elementos da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE).

A sua acção é brutal e implacável. Centenas de madeirenses são presos, muitos são enviados para centros de detenção em Portugal Continental, Açores e Cabo Verde. As freguesias rurais são invadidas pela calada da noite, os seus habitantes presos e torturados, por vezes em frente das próprias famílias. De acordo com o jornal do Partido Comunista Português o “Avante!” nove camponeses são mortos.

Quando a PIDE não consegue encontrar quem procura não se inibe de aprisionar os familiares, a mãe, o pai, a esposa e até mesmo os filhos. Independentemente da idade ou sexo são encarcerados na cadeia do “Lazareto”.

Cerca de uma centena de revoltosos são encarcerados na cadeia subterrânea do “Lazareto”, entre eles o pároco do Faial César Miguel Teixeira da Fonte que é posteriormente enviado para o Forte-Prisão de Caxias (ou Forte de D. Luís I).

Na cadeia do “Lazareto” as condições são atrozes. Os prisioneiros são mantidos num espaço minúsculo, com pouco arejamento, e quase sem luz natural. As dejecções são armazenadas em latas de petróleo. Entre os presos contam-se quatro crianças de onze anos cujo único crime foi serem portadores do mesmo nome que outros familiares.

No dia 25 de Setembro os presos são transferidos para um local mais arejado, ainda que dentro do mesmo edifício. Durante os meses de Outubro e Novembro continuam a chegar prisioneiros, desta vez os amotinados da Ribeira Brava.

O navio “Luanda”, saído de Lisboa a 18 de Outubro de 1936, faz escala no porto do Funchal com o propósito de recolher os camponeses madeirenses presos no rescaldo da Revolta do Leite. Segue para o porto de Angra do Heroísmo onde os mesmos presos são encarcerados na Fortaleza de S. João Baptista. Os mais perigosos seguem para o Campo do Tarrafal.

Refira-se, a título de curiosidade, que no mesmo navio segue Bento Gonçalves, secretário geral do [Partido Comunista Português]], que viria a sofrer no Tarrafal as mesmas desventuras que alguns dos camponeses da Revolta do Leite.

A humilhação final chegou através do decreto-lei nº 26.9824 que estabeleceu que as despesas resultantes dos motins seriam pagas (a preços especulativos) pelos habitantes da Ilha da Madeira, principalmente pelos residentes nos concelhos onde ocorreram distúrbios e destruição de bens. Estas incluíam as custas com a polícia, tropa, marinha bem como a reconstituição das matrizes prediais e totalidade das reparações dos edifícios danificados.

Foram feitos perto de 600 prisioneiros. Muitos deles, enviados para o Continente para serem julgados por um Tribunal Militar Especial, acabariam por permanecer nas diversas prisões, por um período de dois e três anos.

A título de curiosidade, em 1922 teriam havido já manifestações violentas naquela Ilha, por causa da descida do preço do leite. Em 1931, teria sido a luta contra o monopólio da farinha e, em 1934 seria o açúcar o motivo que provocaria fortes movimentações por parte dos produtores destes bens alimentares.


Pequeno vídeo da RTP - Madeira sobre a Revolta do Leite:


Filme de Eduardo Costa sobre a Revolta do Leite: 



Fontes:
http://ruinepomuceno.blogspot.pt/2010/02/revolta-do-leite-em-1936.html
http://www.faroldanossaterra.net/2012/10/24/a-revolta-do-leite-madeira-1936/
http://www.omilitante.pcp.pt/pt/326/Historia/820/A-%C2%ABRevolta-do-Leite%C2%BB-na-Madeira-(1936).htm

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Voo TAP Portugal 425 "Sacadura Cabral"

Voo TAP Portugal 425

A 19 de Novembro de 1977 às 21:48h, o voo TP425, proveniente de Bruxelas com 156 passageiros e 8 tripulantes a bordo, operado pelo Boeing 727-200 “Sacadura Cabral” (registo CS-TBR) com capacidade para 189 passageiros, fazia-se à pista do Aeroporto de Santa Catarina sob chuva intensa pela terceira vez naquele dia.
Devido às condições meteorológicas adversas e de duas tentativas de aterragem falhadas, o comandante João Costa dispunha agora da sua última oportunidade, caso contrário o voo teria que divergir para o Aeroporto de Las Palmas de Gran Canária.
Essa última oportunidade revelou-se fatal, já que o avião aterrou muito para além do normal na curta pista do aeroporto, deslizou pelas águas acumuladas devido à chuva intensa, saiu da pista e caiu em cima de uma ponte, uns metros mais abaixo. Com o impacto o avião partiu-se em dois, tendo ficado uma das partes em cima da ponte e a outra parte, que foi consumida pelas chamas, um pouco mais abaixo, na praia.
Este acidente vitimou 6 dos 8 tripulantes e 125 do total de 156 passageiros que estavam a bordo. No dia seguinte a cauda do avião foi pintada, ocultando assim o logótipo da companhia para evitar que o acidente desse origem a uma má imagem da companhia.
Após este acidente, o único com vítimas mortais da companhia TAP, a pista foi aumentada duas vezes e actualmente possui 2781 metros de comprimento, alguns deles conseguidos através de pilares construídos sobre o mar, num projecto cujo autor é o engenheiro António Segadães Tavares premiado mundialmente graças a essa obra de grande mestria, que reviu e adaptou um projecto do engenheiro Edgar Cardoso , elaborado em 1980, aquando da primeira ampliação da pista para 1600 metros de comprimento.


A 19 de Novembro de 1977 às 21:48h, o voo TP425, proveniente de Bruxelas com 156 passageiros e 8 tripulantes a bordo, operado pelo Boeing 727-200 “Sacadura Cabral” (registo CS-TBR) com capacidade para 189 passageiros, fazia-se à pista do Aeroporto de Santa Catarina sob chuva intensa pela terceira vez naquele dia.

Devido às condições meteorológicas adversas e de duas tentativas de aterragem falhadas, o comandante João Costa dispunha agora da sua última oportunidade, caso contrário o voo teria que divergir para o Aeroporto de Las Palmas de Gran Canária.

Essa última oportunidade revelou-se fatal, já que o avião aterrou muito para além do normal na curta pista do aeroporto, deslizou pelas águas acumuladas devido à chuva intensa, saiu da pista e caiu em cima de uma ponte, uns metros mais abaixo. Com o impacto o avião partiu-se em dois, tendo ficado uma das partes em cima da ponte e a outra parte, que foi consumida pelas chamas, um pouco mais abaixo, na praia.

Este acidente vitimou 6 dos 8 tripulantes e 125 do total de 156 passageiros que estavam a bordo. No dia seguinte a cauda do avião foi pintada, ocultando assim o logótipo da companhia para evitar que o acidente desse origem a uma má imagem da companhia.

Após este acidente, o único com vítimas mortais da companhia TAP, a pista foi aumentada duas vezes e actualmente possui 2781 metros de comprimento, alguns deles conseguidos através de pilares construídos sobre o mar, num projecto cujo autor é o engenheiro António Segadães Tavares premiado mundialmente graças a essa obra de grande mestria, que reviu e adaptou um projecto do engenheiro Edgar Cardoso , elaborado em 1980, aquando da primeira ampliação da pista para 1600 metros de comprimento.

Neste blog encontramos o relato minucioso com as comunicações entre a torre e os pilotos:
http://riodosbonssinais.blogspot.pt/2011/11/linha-aerea-o-acidente-do-funchal-tp.html

Mais informações:
http://clearedfortakeoff.blogspot.pt/2005/11/sacadura-cabralfaz-hoje-28-anos.html


Reportagem da RTP 1 em 2007:




Fotografias:
Como era o aeroporto na altura do acidente













terça-feira, 29 de outubro de 2013

Aluvião 29 de Outubro de 1993

29 de Outubro de 1993


Funchal Notícias
No Funchal, o udómetro localizado no Observatório Meteorológico registou uma precipitação de 88,9 mm, entre as 09 horas do dia 28 e as 09 horas do dia 29. Choveu ao longo de todo dia 28, mas foi entre as 21 e as 03 horas que se observou a grande descarga. Num período de 6 horas choveu 66,4 litros por m2, dos quais 29,8 entre as 02 e as 03 horas.No Curral das Freiras, localizado na bacia de recepção da ribeira dos Socorridos,choveu 210 litros / m2. O udógrafo do Instituto de Gestão da Água registou 37 mm entre as 01 e as 02 horas, atingindo o pico de precipitação entre as 02 e as 03 horas com 38,8 mm.Com o aumento da altitude o valor da precipitação foi crescendo:- Funchal (altitude: 58 m) – 88,9 mm- Trapiche (altitude: 500 m) – 104,5 mm- Santo da Serra (altitude: 660 m) – 163,8 mm- Curral das Freiras (Poiso – altitude: 750 m) – 210 mm. As chuvas intensas na noite de 28 para 29 fizeram transbordar as três ribeiras que atravessam o Funchal (João Gomes, Santa Luzia e São João) e a ribeira dos Socorridos, no limite oeste do concelho.

Com as embocaduras estranguladas pela Avenida do Mar, as ribeiras de Santa Luzia e João Gomes invadiram a Praça da Autonomia e a marginal, na madrugada de 29 de outubro de 1993.

Uma pluma castanha ocupou toda a baía e estendeu-se muito para além da costa. A baixa citadina ficou coberta de lama, pedras e lenha. Vários armazéns destruídos, lojas comerciais arrasadas, estradas rebentadas, falta de água potável durante quinze dias, uma escola destruída, 9 embarcações inutilizadas, muitos carros (220) tragados pelas águas que saltaram as muralhas das ribeiras, 200 desalojados e cerca de 30 feridos. Entre mortos e desaparecidos contam-se 9, um dos quais na ribeira dos Socorridos.  Alguns corpos não seriam recuperados.

Os concelhos de Câmara de Lobos, Santa Cruz e Machico também foram bastante afectados pelo temporal, mas não se registaram mortes.

Avenida do Mar, 29 de Outubro de 1993:

(Foto: José Lemos)

(Foto: José Lemos)



(Foto: José Lemos)


(Foto: José Lemos)


Artigo do DN de 2018: Artigo

Segundo o Geógrafo Raimundo Quintal:

"A Região caracteriza-se por ter períodos de “chuva torrencial” que potenciam as “cheias repentinas”, cujos resultados a ilha já conheceu no seu longo historial. A cheia de 1993 trata-se, apenas, do mais recente motivo de lamento.
Num estudo que fiz sobre os aluviões (desde o sec. XVI até à actualidade), verifiquei a ocorrência de 31 casos graves. Dez deles aconteceram em Outubro, mas o período em que há probabilidade de acontecerem estes fenómenos vão desde Setembro a Março."


sexta-feira, 14 de junho de 2013

A Lenda do Pico Cidrão





A LENDA DO BICHO CIDRÃO

O som é aterrador e toma conta do corpo e do espírito de quantos o ouvem, num misto de desassossego e angústia, num desejo de fugir e de ficar, numa ânsia indizível de despenhamento. Parece um uivo mas é também um grito, profundo e rouco que devia vir das entranhas da terra mas surge inesperado do alto da serra. São centenas de gargantas escancaradas e escarpadas gemendo alto uma dor qualquer que é natural, e por isso mesmo, sem tempo e sem fuga. (...)
O Pico Cidrão é uma serra quase inacessível ao homem. Habitam-no o vento e a águia. Constituído por rocha basáltica, negra e dura, é todo ele recoberto de cavernas abertas como bocas escancaradas.
Conta-se que há tempos habitou aquelas paisagens abruptas e quase inexpugnáveis um pastor. Esse homem tinha um cão que era o único e fiel amigo de muitas solidões. Habituado àquelas lonjuras feitas de escarpas, o cão tornara-se quase tão bom saltador quanto as cabras que guardava.



Um dia, recolhia o pastor o seu rebanho, o cão, que andava atrás de um animal extraviado, calculou mal o salto e despenhou-se no vácuo, resvalando de escarpa em escarpa. Rolou; rasgou-se nas lâminas de pedra num uivo de dor imensa e acabou sendo ele mesmo um pouco de cada rocha.
Como sempre ante o irremediável, o ser humano segue um de dois caminhos: ou se fecha num castelo inexpugnavelmente seco e silencioso, ou retribui à Natureza o golpe inexplicável e sempre tão aparentemente inútil que é a morte, num grito feroz de lágrimas.
E o pastor fez-se eco do uivo do cão:
- Que mãe és tu, que me rouba o irmão, o amigo!...
Tu, que tudo me tens negado, tu, vens tirar-me o companheiro da minha vereda!! Maldita sejas! Maldita... e só, para sempre! Ah! Antes o tivesse um dia oferecido ao Demo!...
O vento tomou conta do uivo e da maldição, e das palavras fez sibilações. Enquanto o pastor viveu, guardou-as nas cavernas do Pico, escondidas e secretas, onde só a águia penetrava para as limpar da poeira do tempo. Quando, por fim, o pastor se foi juntar ao companheiro de outrora, o vento ordenou à águia que soltasse o uivo e a maldição que num eterno jogo de escondidas habitam desde então as alturas do Pico Cidrão.
Dizem as gentes da região que aquele grituivo aterrorizante provém do ser híbrido e demoníaco que são os espíritos dos dois amigos, finalmente um só, o Bicho Cidrão.


THE LEGEND OF THE BEAST OF PICO CIDRÃO

The sound is terrifying and takes over the body and spirit of its hearers, a mixture of distress and anguish, a desire to escape and to stay in an unspeakable eagerness to fall. It looks like a howl but is also a cry, deep and hoarse that should come from the bowels of the earth but comes unexpectedly from the top of the mountain. Hundreds of throats are flung open and scarps moaning loudly a pain that is natural, and therefore has no time and no escape. (...)

Pico Cidrão is a mountain range almost inaccessible to man. In it Inhabits the wind and the eagle. Consisting of black and hard basaltic rock, it is all covered with caves open like gaping mouths.
It is said that long ago dwelt those abrupt and almost impenetrable landscapes one shepherd. This man had a dog that was the unique and faithful friend of many solitudes. Accustomed to those ​​far reaches made of scarps, the dog had become almost as good jumper as the goats that it guarded.



One day, as the shepherd picked up his flock, the dog, who was behind a stray animal, miscalculated the jump and crashed into the vacuum, slithering from scarp to scarp. It rolled and was tored up on the stone blades in a howl of immense pain and he ended up being a bit of each rock.
As always facing the hopeless, the human being follows one of two paths: either he closes into an invincible castle dry and silent, or returns to Nature the  inexplicable and ever so seemingly useless blow which is death, in a fierce cry of tears.
And the shepherd echoed the howl of the dog:
- What mother are you that robs me of my brother, my friend! ...
Thou hast denied me everything, you, came and took away the companion of my path! Damn you! Damn ... and only, forever! Ah! I would rather have offered it to the Devil! ...
The wind took hold of the howling and the curse, and of the words made a hiss. While the shepherd lived, he put it in the caves of the peak, hidden and secret, where only the eagle penetrated to clean them from the dust of time. When, finally, the pastor joined his old companion, the wind commanded the eagle to release the howl and the curse that, in an eternal game of hide and seek, inhabits since then the heights of Pico Cidrão.
They people of the region say that the terrifying hiss comes from a hybrid and demonic being, that is the spirits of the two friends finally combined into one, the Cidrão Beast.

in Lendas de Portugal, de Fernanda Frazão




domingo, 18 de novembro de 2012

Tornado na Madeira (1962)



1962 - «Um tornado» (?) no sítio da Raposeira, freguesia da Fajã da Ovelha.

Em 24 de Outubro, na zona oeste da Madeira e no concelho da Calheta na freguesia da Fajã da Ovelha, na madrugada deste dia, pelas 03 horas «um tornado (?) violento atingiu o sítio da Raposeira, destruiu, quase tudo o que encontrou pela frente. Um autocarro da Empresa Automobilista da Ribeira Brava, Lda., com a matrícula MA 26-13, que se encontrava estacionado - para sair às 05 horas da madrugada, foi projectado a 5 metros de distância.» 

Várias residências ficaram completamente «destelhadas». Árvores, postes de electricidade e muros foram arrancados. A maior parte dos residentes saíram das suas casas em pânico e não houve «desastres pessoais» a lamentar. Os sítios próximos, da Maloeira e da Lombada dos Cedros, «nada sofreram».

(In, Diário de Notícias, Funchal, 25 de Outubro 1962).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Estádio dos Barreiros




Esta foto foi possivelmente tirada na inauguração do Estadio dos Barreiros, outrora chamado de Estádio Professor Marcelo Caetano.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Largo do Município


Com a finalidade de criar amplos espaços na cidade do Funchal, o então presidente do município, Dr. Fernão de Ornelas, decidiu mandar demolir uma série de edifícios que tapavam a fachada da Câmara Municipal, dando lugar a uma ampla praça rectangular (empedrada com calçada portuguesa a branco e preto com o clássico desenho das conchas).

Visível também aqui o Palácio Torre Bela que ficava acoplado à actual Câmara, a norte, não exitindo ainda a rua do Marquês do Funchal (entre a Câmara e o Palácio da Justiça, o qual também ainda não fora construido, claro).
Também a sul do edificio da Câmara não havia qualquer rua.
A Câmara ainda não tinha torre.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Neve na Madeira

Numa altura em que as temperaturas voltam a baixar, ficam aqui registos de anos anteriores da queda de neve na Ilha da Madeira.